Acaba de sair um
levantamento sobre educação no mundo feito pela editora britânica que publica a
revista Economist, a Pearson.
É um comparativo
no qual foram incluídos países com dados confiáveis suficientes para que se
pudesse fazer o estudo.
Você pode
adivinhar em que lugar o Brasil ficou. Seria rebaixado, caso fosse um
campeonato de futebol. Disputou a última colocação com o México e a Indonésia.
Surpresa?
Dificilmente.
Assim como não
existe surpresa no vencedor. De onde vem? Da Escandinávia, naturalmente – uma
região quase utópica que vai se tornando um modelo para o mundo moderno.
Foi a Finlândia
a vencedora. A Finlândia costuma ficar em primeiro ou segundo lugar nas
competições internacionais de estudantes, nas quais as disciplinas testadas são
compreensão e redação, matemática e ciências.
A mídia
internacional tem coberto o assim chamado “fenômeno finlandês” com encanto e
empenho. Educadores de todas as partes têm ido para lá para aprender o segredo.
Se alguém leu
alguma reportagem na imprensa brasileira, ou soube de alguma autoridade da
educação que tenha ido à Finlândia, favor notificar. Nada vi, e também aí não
tenho o direito de me surpreender.
Algumas coisas
básicas no sistema finlandês:
1)Todas as
crianças têm direito ao mesmo ensino. Não importa se é o filho do premiê ou do
porteiro.
2)Todas as
escolas são públicas, e oferecem, além do ensino, serviços médicos e dentários,
e também comida.
3) Os
professores são extraídos dos 10% mais bem colocados entre os graduados.
4) As crianças
têm um professor particular disponível para casos em que necessitem de reforço.
5) Nos primeiros
anos de aprendizado, as crianças não são submetidas a nenhum teste.
6) Os alunos são
instados a falar mais que os professores nas salas de aula. (Nos Estados
Unidos, uma pesquisa mostrou que 85% do tempo numa sala é o professor que
fala.)
Isto é uma
amostra, apenas.
Claro que, para
fazer isso, são necessários recursos. A carga tributária na Finlândia é de
cerca de 50% do PIB. (No México, é 20%. No Brasil, 35%.)
Já escrevi
várias vezes: os escandinavos formaram um consenso segundo o qual pagar
impostos é o preço – módico – para ter uma sociedade harmoniosa.
Não é à toa que,
também nas listas internacionais de satisfação, os escandinavos apareçam
sistematicamente como as pessoas mais felizes do mundo.
Para ver de
perto o jeito finlandês de educar crianças, basta ver um fascinante
documentário de 2011 feito por americanos.
Comecei a ver, e
não consegui parar, como se estivesse assistindo a um suspense. Achei no YouTube
uma cópia com legendas em espanhol. Está no pé deste texto.
Todos os
educadores, todas as escolas, todas as pessoas interessadas na educação, no
Brasil, deveriam ver e discutir o documentário.
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